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A Um Deus Desconhecido - imagem retirada do blog do programa Intima Fracção

A Fundação Atlântica (Companhia de Discos de Portugal) foi fundada em 1982. Os sócios eram Pedro Ayres Magalhães, Miguel Esteves Cardoso, Francisco Vasconcelos, Pedro Bidarra e Francisco Sande e Castro. A equipa de colaboradores incluía nomes como Ricardo Camacho e Isabel Castaño.

Francisco Vasconcelos não ia ser sócio. O que Francisco Vasconcelos fazia era fornecer tempo de estúdio e eles editavam através da Valentim de Carvalho. Francisco Vasconcelos  - era sócio minoritário, do género sócio escravo. Tinha um ou dois por cento e trabalhava.

Pedro Ayres Magalhães era o director musical da editora, onde produziu discos dos Delfins e Anamar.

Pedro Bidarra era arranjista, ensaiador e produtor executivo. Mais tarde foi co-produtor do disco de estreia dos Madredeus.

Miguel Esteves Cardoso e Francisco Sande e Castro eram fãs de música. São amigos de infância.

A Valentim de Carvalho (EMI) acabaria por ficar com todo o catálogo após o encerramento da editora que só durou cerca de dois anos. 

O máxi-single «Ocidente Infernal» de Pedro Ayres Magalhães, sai em 1985 pela EMI, mas ainda com etiqueta Fundação Atlântica.

O álbum «A Um Deus Desconhecido» dos Sétima Legião foi reeditado (em LP e CD) pela EMI-Valentim de Carvalho.

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EDIÇÕES

CLUBE NAVAL - Professor Xavier (2x7", 1983)
SÉTIMA LEGIÃO - Glória/Partida (7", 1983)
DURUTTI COLUMN - Amigos em Portugal (LP, 1983) *
ANAMAR - Baile Final/Lágrimas (7", 1983)
PAULO PEDRO GONÇALVES - Rapazes de Lisboa (7", 1984)
LUÍS MADUREIRA - O Teu Amor Sou Eu (7", 1984)
QUANDO QUANGO - Love Tempo (12", 1984) *
AD INFINITUM - Telstar (12", 1984) *
THE WAKE - Talk About The Past (12", 1984) *
DELFINS - O Vento Mudou/Letras (12", 1984)
DELFINS - Letras/O Vento Mudou (7", 1984)
THE RAINCOATS - Moving (LP, 1984) *
SÉTIMA LEGIÃO - A Um Deus Desconhecido (LP, 1984)
YOUNG MARBLE GIANTS/THE GIST/WEEKEND - Nipped In The Bud (LP, 1984) *
XUTOS & PONTAPÉS - Remar, Remar/Longa Se Torna a Espera (7", 1984)
VIRGINIA ASTLEY - From Gardens Where We Feel Secure (LP, 1985) *
DELFINS - A Casa da Praia (7", 1985)
PEDRO AYRES MAGALHÃES - O Ocidente Infernal/Adeus Torre de Belém (12", 1985)

CURIOSIDADES

Anamar gravou o álbum "Cartas de Portugal" com direcção musical de Pedro Ayres Magalhães. O disco não chegou a ser editado. Foi apenas lançado o single "Baile Final" (com produção de Miguel Esteves Cardoso, Pedro Ayres Magalhães e Ricardo Camacho).

«Nunca soube a razão [para o disco não não ser editado], directamente, de algum, responsável da Fundação Atlântica. A mim deram-me vários pretextos, desde uma coisa que tinha dito numa entrevista a dizerem que usei o disco para me promover a mim própria e não à Fundação, Se calhar foi por ter recusado ir ao Festival da Canção... -' Parece que o venderam a outra pessoa e vai sair cantado pela Susan Pryor, com o título "Seven Atlantic Songs", que, suponho, são as canções que eu interpretei traduzidas, com a excepção de uma que é demasiado portuguesa para ser cantada noutra língua... » Anamar (Blitz), 1984

A estreia a solo de Paulo Pedro Gonçalves aconteceu com o tema "Rapazes de Lisboa", da autoria de Pedro Ayres Magalhães e produção do próprio Paulo Pedro Gonçalves. O disco inclui a "versão urbana" e a "versão rural" de "Rapazes de Lisboa".

O primeiro single do cantor de ópera Luís Madureira, "O Teu Amor Sou Eu", era uma versão de MEC para um tema com música de Irving Berlin. Luís Madureira era professor de canto de Anamar. A cantora colabora no dueto que ocupa o lado b do single.

A seguir ao single dos Xutos & Pontapés estava prevista a edição de um máxi-single. Chegou a ser gravada uma versão mais longa de "Remar, Remar" (7''07' em vez dos 4''50' do single) e os temas "Sexo" e "Formiga Branca". A versão máxi de "Remar, Remar" e "Formiga Branca" foram incluídos no alinhamento da compilação "Johnny Guitar" (EMI, 1993).

Todos os discos foram distribuídos pela EMI e tinham números de catálogo dessa editora. A Fundação Atlântica  nunca teve números de catálogo próprios.

O máxi-single de Pedro Ayres Magalhães, com os temas «O Ocidente Infernal» e «Adeus Torre de Belém», foi lançado pela EMI, em Setembro de 1985, mas ainda com o "logo" da Fundação Atlântica. Era o primeiro de uma série de cinco discos instrumentais.

(*) O primeiro lançamento estrangeiro da Fundação Atlântica foi o LP "Amigos em Portugal" do grupo britânico Durutti Column, disco que foi gravado em Junho de 1983 no estúdio de Paço de Arcos.

COMENTÁRIOS

Criada por Pedro Ayres Magalhães, Miguel Esteves Cardoso e Ricardo Camacho, com a ajuda de Francisco Vasconcelos, da Valentim de Carvalho, a Fundação Atlântica apresentava, em vários aspectos, a estética de Manchester: o cuidado com o grafismo austero (nos passos do genial designer da Factory, Peter Saville), os artistas representados (Sétima Legião, Xutos & Pontapés...) e a amizade que Miguel Esteves Cardoso mantinha com Tony Wilson ou Vini Reilly (dos Durutti Column que chegaram a gravar em Paço d'Arcos o álbum "Amigos em Portugal") faziam da Fundação uma continuação em espírito da Factory. E até a sua vida teve paralelos: «A Fundação Atlântica acabou pelas mesmas razões da Factory: excesso de criatividade e falta de gestão financeira. Aparecemos e morremos cedo de mais. É que tínhamos no nosso catálogo bandas como a Sétima Legião, Xutos & Pontapés e o embrião da Madredeus. Só precisávamos de mais dois anos», lamenta Ricardo Camacho.

Nuno Miguel Guedes (Visão),  26 de Setembro de 2002

Na Fundação criámos áreas distintas no pensamento para todos os discos que lançámos....Será que eles foram correctamente separados na altura ou, será que só agora seis anos depois é que se distingue com alguma claridade entre os Xutos, os Delfins e a Sétima Legião? A ideia era fazer o single dos Xutos e muito mais, a Companhia continuar a crescer, mas não foi isso que aconteceu. As vendas de todos os singles portugueses foram ridículas, a distribuição muito fraca e, de facto, a maior fonte de receita que tivemos foi a venda e a exportação do disco dos Durutti Column; esse dinheiro foi totalmente reinvestido na gravação de coisas de cá.

Pedro Ayres Magalhães (Conta-me Histórias), 1990/1991

Foi importantíssima a Fundação porque nos permitiu levar os nossos conceitos musicais até à conclusão lógica. Foi lindo, lindo. Acabou porque perdemos muito dinheiro. Dinheiro que não nos pertencia. Verdade se diga, pensámos que não tinha a ver com dinheiro e gastámos; gastámos; gastámos. E tem...

Miguel Esteves Cardoso (BLITZ), 30 de Dezembro de 2003

A Fundação Atlântica nunca teve dinheiro porque as despesas eram pagas pela nossa distribuidora - Valentim de Carvalho - e foram sempre muito superiores às parcas receitas das vendas. Para além disso, com alguma megalomania e muita inexperiência, gastávamos fortunas em estúdio. O que nos arruinou foi termos começado a gravar bandas inglesas na Inglaterra, passando semanas a fio no Strawberry Studios a produzir música que, apesar de magnífica, não teve aceitação comercial nenhuma, mesmo junto das distribuidoras independentes que simpatizavam connosco e cujos discos editávamos aqui em Portugal.

Miguel Esteves Cardoso (Fórum Sons), 19 de Outubro de 2004

O Pedro Ayres Magalhães ouviu [os Delfins] e gostou, tinha acabado de fundar uma editora, a Fundação Atlântica, com o Miguel Esteves Cardoso e o Ricardo Camacho, e queriam contratar bandas portuguesas. Foi uma aventura que durou dois anos. Embora não nos conhecêssemos, já tínhamos ido muitas vezes atrás dos Heróis do Mar.

Miguel Ângelo (Expresso), 15 de Maio de 1999

FONTES

"Madredeus - Um Futuro Maior" - Jorge P. Pires; "Conta-me Histórias" - Ana Cristina Ferrão; BLITZ; DN; Visão; e Fórum Sons.

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