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Mas está tudo louco?”, parece que sim. “Bruta”, o disco que reúne o trabalho que Ana Deus (Osso Vaidoso, Três Tristes Tigres, Ban) e Nicolas Tricot desenvolveram em torno da poesia de Ângelo de Lima, Mário de Sá Carneiro, Sylvia Plath, entre outros, foi apresentado num espectáculo inserido o programa “Dias do Desassossego” da Casa Fernando Pessoa / Fundação José Saramago que juntou música e poesia dita. “Bruta” reúne um conjunto de dez temas com origem em textos de poetas internados em hospitais psiquiátricos.

Ana Deus fascinou-se pela obra de Ângelo de Lima, poeta do Porto que acabou a vida internado no hospital psiquiátrico Miguel Bombarda, com esquizofrenia paranóide. Quando conheceu Nicolas Tricot, à margem de um espectáculo com Manel Cruz, montou “Bruta”, um espectáculo que visita a obra de poetas com problemas psicológicos.

 "Já alguém sentiu a loucura
vestir de repente o nosso corpo?
Já.
E tomar a forma dos objectos?
Sim.
E acender relâmpagos no pensamento?
Também.
E às vezes parecer ser o fim?
Exactamente.
Como o cavalo do soneto de Ângelo de Lima?
Tal qual"

Foram estas palavras de Almada Negreiros no seu "Reconhecimento à loucura" que me apresentaram a poesia de Angelo de Lima. Poeta nascido no Porto e que acabou a vida internado num manicómio com o diagnóstico de esquizofrenia.
A sua poesia e o reconhecimento da loucura na criatividade levou-me a procurar possíveis artistas "brutos" da escrita.
O que não foi fácil, nem de encontrar nem de rotular. A escrita é à partida um caminho com regras que afastam muitos daqueles que no desenho ou noutra manifestação plástica encontram o seu caminho de expressão.
Stela do Patrocínio foi um desses encontros. Ao contrário da maioria dos internos da Colónia Juliano Moreira, hospital psiquiátrico do Rio de Janeiro, ela preferia a palavra ao desenho ou à pintura. Alguns dos seus "falatórios" foram registados por voluntários que começaram a dinamizar oficinas artísticas com os internos. O resultado dessas transcrições foi editado num livro intitulado "Reino dos bichos e dos animais é o meu nome". Dela escolhemos dois pequenos textos.
António Gancho, foi outro dos poetas naturalmente escolhido. Internado desde novo em vários hospitais psiquiátricos.
De poeta em poeta fomos andando  e a escolha terá começado a seguir outros caminhos menos "brutos".
Teses sobre a loucura e a poesia ou sobre o suicídio dos escritores há muitas, e são discutíveis mas levaram-nos ao encontro de alguns suicidados muito longe da escrita "bruta".  De Mario de Sá Carneiro e Sylvia Plath escolhemos dois poemas que nos pareceram pela sua estrutura mais possíveis de serem cantados. É claro que a forma é tão importante como o assunto para quem tenta fazer canções.
Ainda mais afastado dos princípios da nossa pesquisa António Maria Lisboa apareceu-nos no caminho apenas pela beleza da sua escrita livre. "A recusa" será o remate do disco, como uma Errata* que não rectifica o que está para trás mas que abre a porta à possibilidade de se ser aquilo que se quiser e da importância do amor.
A morte está presente em alguns dos poemas escolhidos. Também por essa razão incluímos como contraponto "A morte nunca existiu" do pastor poeta Antonio Lança, que tem sobre a vida e a morte uma visão menos romântica

O caminho foi este mas a escolha foi gostar e experimentar.

Nicolas Tricot é um músico francês, multi-instrumentista, que vive no Porto há mais de 10 anos.
É membro da banda "Estação de serviço" que tem acompanhado o Manel Cruz durante este ano. Compôs, tocou e produziu discos com o Nuno Prata.

Ana Deus, cantora, tem desenvolvido o seu trabalho nos últimos anos trabalhando textos e poemas de  
Alberto Pimenta, Álvaro Lapa, Almada Negreiros, Gabriela Llansol,
Ernesto Melo e Castro, Mario de Cesariny e Regina Guimarães

http://mia-soave.blogspot.pt
www.facebook.com/abruta

©2015 Miasoave
Apoio: Festival Silêncio | CTL - Cultural Trend Lisbon, Lda.
Masterização: Quico Serrano
Desenho da Capa: Alice Geirinhas
Ana Deus: voz
Nicolas Tricot: guitarra, baixo, banjo, flauta, vozinhas e samples


01. Amor à Doida (2:51)
(Ana Deus e Regina Guimarães)
02. Tapada (3:05)
(Ângelo de Lima)
03. Gás Puro (3:07)
(Stela do Patrocínio)
04. Serradura (3:18)
(Mário de Sá-Carneiro)
05. Choro (1:46)
(Manuel Laranjeira)
06. Mia Soave (3:02)
(Ângelo de Lima)
07. Falatório (3:03)
(Stela do Patrocínio)
08. Douda Correria (3:22)
(Ângelo de Lima)
09. Mortal (2:50)
(António Gancho)
10. Embriagada
(2:40)
(António Gancho)
11. Errata (3:29)
(António Maria Lisboa)

 

 

 

 

 

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